
Silere: as seis é no nome do clube de leitura que deu continuidade ao legado do C@Ju, um clube de leitura incrível que mergulhou por 12 meses em 12 livros da escritora brasileira Julia Lopes de Almeida. Neste clube, 43 pessoas se reuniram virtualmente para explorar e discutir 12 romances de Julia. Dotada de uma habilidade ímpar na narração de histórias, ela é nossa própria Sherazade brasileira. Julia foi como um cavalo de Troia na sociedade da Belle Époque: com seus manuais femininos e seus romances folhetinescos, habilmente se infiltrou e conquistou espaços tradicionalmente reservados aos homens. Ela não só contava histórias, mas deixou uma marca indelével na história literária!
Graças ao árduo trabalho de renomadas pesquisadoras da literatura brasileira, o legado de Julia vem sendo resgatado nos últimos anos. Mais recentemente, seus livros têm se tornado cada vez mais acessíveis ao grande público. É somente através desses esforços que um clube de leitura como o C@Ju pode verdadeiramente prosperar e cumprir sua missão.
Durante esses 12 meses, exploramos extensivamente a obra de Julia, que se revelou diversificada em gêneros, temáticas e qualidade. No entanto, essa jornada não se limitou apenas a ela; ao longo das leituras e discussões, fomos introduzidos a outras mulheres notáveis. Paralelamente, nosso grupo tem sido um terreno fértil para o cultivo de um rico material de estudo, que cresce mensalmente. Este grupo não apenas acolheu a presença de pesquisadores da autora, mas também inspirou o surgimento de novos estudiosos e leitores. Não podemos mais permanecer em silêncio. Foi este cenário que deu origem ao Silere: as seis, durante o ano de 2024. A primeira temporada contou com a participação de 42 pessoas incríveis que se envolveram com curiosidade e espanto na leitura dos livros selecionados. Curiosidade e espanto porque pudemos conhecer seis obras que ficaram esquecidas na historiografia literária e que revelam escritoras visionárias, literatas singulares para suas épocas.





Quem são essas mulheres que desafiaram as convenções de uma época que as obrigava ao silêncio?
Quem são essas escritoras que foram relegadas à margem e esquecidas nos círculos literários durante décadas, emergindo timidamente agora?
Aqui está a programação da segunda temporada, que ocorrerá de abril a setembro de 2025:


“Silere” é uma palavra em latim que significa “ficar quieto” ou “calar-se”. “Laserpitium siler” é o nome científico de uma planta pertencente ao gênero Laserpitium na família Apiaceae (a família da salsa). O nome genérico “Laserpitium” tem origem no termo grego “laser”, que se refere a uma resina aromática extraída de certas plantas e que era usada na antiguidade. A palavra “pitium” é de origem incerta, mas parece estar relacionada a plantas. O epíteto específico “siler” é, provavelmente, deriva do latim “silere”. A razão exata para esse nome específico não é totalmente clara nos manuais científicos e tão pouco fácil de se encontrar. Mas pode estar relacionada a características da planta, como seu crescimento em locais silenciosos ou sua aparência que sugere quietude. No entanto, essa é uma conjectura, e a etimologia precisa do nome específico pode não ser totalmente conhecida.

Sobre mim:
Tanto a curadoria quanto todo o conteúdo do clube são ministrados e desenvolvidos por mim. Sou formada em Letras, Especialista em Estudos Literários, Mestre em Literatura Brasileira, Doutora em Estudos Literários e Pós-Doutora em Literatura e Contemporaneidade. Atuo há mais de 20 anos nas áreas de ensino e pesquisa em Literatura. Nos últimos dois anos, tenho me dedicado à criação de conteúdo literário diferenciado nas redes sociais e ao gerenciamento de clubes e cursos, mantendo rigor acadêmico, porém com uma linguagem acessível e prazerosa.
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